Negreiros: “Deixar de brigar com os patrões, com
medo de perder algumas regalias, fica para entidades fracas. Não é à toa que
construímos um sindicato forte, sem bandeira partidária, independente e com
credibilidade em todo o Brasil”.
O Sindicato dos
Aeroviários do Amazonas (Sindamazon) homologou, na Justiça, acordo judicial com
as empresas Azul, Trip, Tam e Absa que pois fim a um conflito instaurado nos
Autos do Processo Trabalhista 02020-2012-002, transitando junto ao Cartório da 2ª
Vara do Trabalho. As empresas acharam mais viável por fim ao litígio judicial
trabalhista propondo um acordo, que foi bom para todos os trabalhadores que
militam nas áreas de risco.
Para Jorge Negreiros,
presidente do Sindamazon, o acordo foi estabelecido "dentro dos princípios
de transparência e seriedade que norteiam nossas ações. Discutimos a exaustão
com os obreiros beneficiados que deram seu aval para a assinatura do documento"
De acordo com o
presidente do Sindamazon, a justiça entendeu que esses profissionais trabalham
em área considerada de risco - inclusive com tubulações embutidas no piso do
pátio dos aviões - precisando executar suas atividades concomitantemente ao
abastecimento de aeronaves. Dentre as atividades de rotina, os aeroviários
beneficiados com o adicional de periculosidade manuseiam, embarcam,
desembarcam, carregam, descarregam, acompanham e monitoram produtos explosivos,
corrosivos, químicos, radioativos, inflamáveis, combustíveis, dentre outras
tarefas de risco, executadas no pátio de estacionamento e manobras de aeronaves
do Aeroporto Internacional e Eduardo Gomes.
A Azul é a única
companhia aérea que paga, desde dezembro passado, os 30% do adicional de
periculosidade. “A Gol e a Total ainda não estão pagando o adicional porque
entraram com recursos junto ao Tribunal do Trabalho para ganhar tempo, mas a
tendência é de elas reconhecerem a Ação porque já existem precedentes”,
esclarece o presidente do Sindamazon.
Assim, a partir da
homologação do Acordo todos os trabalhadores já terão em seus contra cheques o
acréscimo de 30% sobre seu salário base, além de receber seus retroativos até a
distribuição da ação em quatro parcelas. E, ainda, o acordo não inibe o
ajuizamento de ações individuais ou coletivas em busca de valores que
porventura o obreiro entenda que ficou no caminho do contrato de trabalho
firmado com as Reclamadas citadas.
Bem antes da propositura
da Ação o Sindamazon tentou discutir no âmbito administrativo por longo
período, mas foi aconselhado a desistir da idéia pois "o patrão"
poderia se aborrecer e demitir todo mundo e mais retirar suas aeronaves do
Amazonas causando um retorno ao porto de lenha de épocas passadas.
Para Jorge Negreiros, o
pagamento do adicional de periculosidade não vai gerar desemprego porque se
trata de profissionais altamente qualificados, disputados no mercado de
trabalho, e a decisão da justiça veio ao encontro da proposta do Sindamazon
para valorizar a categoria e fazer valer os seus direitos. “Quando movi essa
Ação de Periculosidade, meus companheiros sindicalistas, de outras capitais,
diziam que eu estava dando um tiro no próprio pé. Agora estou provando que o
Sindamazon está abrindo mais um precedente para os aeroviários de todo o país.
Deixar de brigar com os patrões - com medo de perder algumas regalias - fica
para entidades fracas, sem identidade própria. Não é à toa que construímos um
sindicato forte, sem bandeira partidária, independente e com credibilidade em
todo o Brasil”, justifica Negreiros.
Sindamazon
Assessoria de Comunicação
Por: Roberto Pacheco
(MTb 426)